A união abrupta da alma do homem com Cristo tem um aspecto
místico desconsiderado, seja por preconceito ou ignorância. Paulo explica que
aquele que une ao Senhor, torna-se um com Ele. Uma leitura rápida desse
versículo pode passar a impressão de
que, misticamente, somos absorvidos pela vida de Cristo, de modo que perdemos
nossa individualidade, nossa própria personalidade. Em outro trecho Paulo diz:
Já não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim. Jesus na sua oração pede:
pra que sejamos um como Ele é um com o Pai.
É cativante e é possível que a luz da palavra se possa ter
uma experiência mais profunda, mais verdadeira, num envolvimento mais profundo,
mais sublime, com aquele que nos une a Si, na videira verdadeira. Isso não é
misticismo no sentido pejorativo e sim uma experiência cristã verdadeira e
amparada pela Palavra. Ser envolvido pela santidade certamente faz nossos olhos
se convergir para Ele, onde perdemos o foco de nós, para que todo o ser se
volte a Ele. Ali no secreto da experiência compartilhamos da mesma vida. A
santificação, purificação, acontece, seja ela progressiva ou instantânea, no
instante em que tenho compreensão real, Daquele que é o adorado. Não é uma mera
produção mental ou intelectual, senão numa revelação de quem Ele é e não de
quem imagine que Ele seja nos meus argumentos limitados. Como Isaías, no
capitulo 6 do seu livro, que conheceu ao Senhor e posteriormente se reconheceu
na condição que estava. Isso não ignifica que perco minha individualidade, como
se fosse absorvido e então possuísse os atributos exclusivos Dele. O espirito
do profeta continua sujeito ao profeta. Toda experiência cristã mística e
genuína conservou e conserva a personalidade. Vemos isso com Paulo que diz: sou
o que sou e o que sou o sou pela graça de Deus. Ele ainda em outra passagem
diz: temos a mente de Cristo. Poderíamos associar essa com o que Jesus diz em Jo 15? Onde Ele diz:
Não vos chamo de servos e sim de amigos. Porque o servo não sabe o que fazer.
Amigo não é ser colega, um conhecido distante e com pouco contato. É ser
conhecedor e ser conhecido. Envolvem um trocar de informações privilegiadas e
restritas, experiências baseado no amor reciproco que envolve ambos na situação
de amigos. Se está na videira, conforme o contexto desse trecho flui em mim e
através de mim uma vida comum, conhecida e experimentada por ambos, Cristo e
eu. Essa vida é que me leva a dimensão onde Cristo está assentado. Ela me faz
romper com prisões emocionais, traumas, complexos, pelo fato de ser poderosa e
ter ressuscitado Jesus ao terceiro dia.
O mesmo Espirito que ressuscitou Jesus dentre os mortos é o mesmo que
operou e opera e que me une a Si. Sendo assim, tenho a vida Cristo que é
libertadora completa plena e suficiente. Preciso me cerificar de que Cristo
habite pela fé no meu coração. Fé cuja
autoria vem Dele. Ela mostra se tenho fé ou apena um sentimento abstrato.
Essa
união instantânea produz o resultado imediato ou progressivo, baseado no
conhecimento inerente que temos de
Cristo. Vivemos num mundo caído que geme com dores de parto e nós que temos o Espirito
testificando que somo filhos de Deus , que o tabernáculo do nosso corpo pode
ser saturado pela glória de Deus.
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